Capitão Diva

IN MEMORIAN

Nascido em Biritinga/BA, Capitão Diva entrou no circo através da música. Tornou-se artista circense, e, mais na frente, proprietário de circo. A entrevista foi feita no Circo Acioly, montado na periferia de Teresina/PI, em 2016. Esse mestre, doce e afetuoso, nos deixou em julho de 2017, e nos agradecemos a sua contribuição para o circo brasileiro.

Veridiano Bispo da Silva ficou conhecido como Capitão Diva, por seu trabalho de domador de feras, e como Divaldo Silva, por seu trabalho de cantor de circo – inspirado no nome de Orlando Silva, que era uma referência de seu repertório. Entrou no circo por via da música, aos 17 anos, quando o dono do Circo J Mariano – que estava na sua cidade – o convidou para seguir com eles. O pai de Veridiano, que foi quem lhe incentivou na música, permitiu que ele fosse com o circo. Tornou-se artista, atuando na parte teatral do espetáculo, bem como domador de onças e leoa. Mas foi como cantor-galã e instrumentista que mais ele se destacou, acompanhando-se  e acompanhando os números que aconteciam no picadeiro, fazendo parte do conjunto musical do circo.

Começou com o violão, passou pro violão elétrico, e em seguida, a guitarra. Seu repertório era permeado por samba-canção, bolero, serestas, com muita influência de Nelson Gonçalves. Lembra a época que muitos cantores da rádio e da TV faziam shows no circo, como Luiz Gonzaga e diversas duplas caipiras. A sua carreira como domador de feras durou até a instituição da lei que proíbe animais no circo, de forma que o IBAMA tomou todos eles. Conheceu a sua esposa Aureci no circo, onde ela  trabalhava como atriz e cantora. Constituiu o seu primeiro circo com seu filho Nildo, com o nome de Los Angeles Circo. Depois que veio para o Piauí, o circo ficou na mão de Saulo, filho de Nildo, com o nome de Acioly Circo – assim chamado até hoje. Desde que assumiu a responsabilidade de ser proprietário de circo, seu Diva foi perdendo o amor à música, deixando de ter gosto de tocar e se centrando nas preocupações – segundo ele. Com 78 anos- no momento da entrevista – ele estava morando no Circo Acioly com a sua esposa, filho e neto, sustentando-se com a sua aposentadoria.