Em 1969, teve início as atividades deste circo, que a princípio se chamava TransBrasil Circos – o nome só mudou para Circo Kalarary no ano de 2000. O proprietário chama-se Marcos Alberto da Silva Guidio e trabalha como o “Palhaço Cheirosinho”. Este nome artístico foi herdado de seu pai, o palhaço “Cheiroso”, bem como foi dele que herdou o circo. O circo familiar Kalarary estava na cidade de Itaguara/MG, em março de 2020, quando soube do decreto por meio da internet, um pouco antes da apresentação começar. Andrei – um dos integrantes do circo – relata que os artistas ficaram bem abalados com a notícia, pois já estavam em aquecimento, e mesmo obedecendo ao decreto, haviam pessoas na porta da lona querendo assistir aos números, fazendo com que seus corações ficassem ainda mais apertados. Andrei é um dos muitos artistas circenses itinerantes que achavam que a pandemia duraria um mês, no máximo, mas ao perceber que estavam diante do maior desafio já encontrado por eles, tiveram que procurar outros serviços – como pedreiro, para contribuir financeiramente com a família.
O Circo Kalary é um circo tradicional familiar e, antes da Covid-19, contavam com 25 pessoas. Porém, devido a pandemia, muitos saíram para retornar a sua antiga casa. Atualmente, o circo está em Brumadinho/MG, esperando ansiosamente para retornar a sua jornada. Por enquanto, eles estão trabalhando como podem, receberam ajuda da prefeitura por um período, depois conseguiram aprovar um projeto na lei Aldir Blanc e começaram a produzir lives – o que fez que a esperança não morresse por completo dentro deles. O nosso contato foi justo com Andrei Otaviano de Souza, que tem 40 anos de idade e doinascido e criado em circo. Começou sua jornada como “Palhaço Amendoim”, mas no momento atua como apresentador.